sexta-feira, 4 de abril de 2014

Canonizado, José de Anchieta é o terceiro santo brasileiro

São Paulo terá missa especial de comemoração na Catedral da Sé, neste domingo. Em maio, a CNBB prestará homenagem ao novo santo em Aparecida

“Às estrelas por caminhos difíceis” A frase em latim no quadro de Anchieta, de autoria do pintor Oscar Pereira da Silva (1865-1939), é um dos lemas fundamentais na Companhia de Jesus
“Às estrelas por caminhos difíceis” A frase em latim no quadro de Anchieta, de autoria do pintor Oscar Pereira da Silva (1865-1939), é um dos lemas fundamentais na Companhia de Jesus
O papa Francisco assinou nesta quinta-feira, no Vaticano, a canonização do padre José de Anchieta (1534 - 1597) e o tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro. São José de Anchieta agora se junta a Madre Paulina, canonizada em 2002 pelo Papa João Paulo II, e a Frei Galvão, que se tornou em 2007, no papado de Bento XVI, o Santo Antônio de Sant'Ana Galvão. Nascido nas Ilhas Canárias em 1534, Anchieta veio para o Brasil aos 19 anos e aqui fez toda sua obra como evangelizador. A canonização de Anchieta foi oficializada por decreto, dispensando a exigência de comprovação de um milagre. A iniciativa de fazer desse modo partiu do próprio papa Francisco, que fez toda sua carreira na Igreja Católica na ordem jesuíta, a mesma de Anchieta.
O processo de canonização normalmente é confirmado por dois milagres. Um é destinado à beatificação, quando o candidato passa a ser cultuado no país onde nasceu e morreu. O segundo, que deve ocorrer depois da beatificação, é contabilizado para a canonização - a santidade, portanto. A partir desse momento, o culto é permitido por completo. Anchieta tornou-se santo sem nenhum milagre comprovado, embora se diga dele que tenha acalmado feras e feito recuar tempestades. O privilégio é para poucos. Tal situação é chamada de canonização equipolente, quando um homem ou uma mulher se torna santo pelo "conjunto da obra". Ou seja, o candidato tem de ter a fama de milagreiro e ser alvo de grande devoção.
No domingo, às 11 horas, o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta, na Catedral da Sé. Antes da cerimônia, haverá, às 10 horas, uma concentração no Pátio do Colégio, de onde os devotos sairão em procissão, acompanhando uma relíquia - um pedaço do fêmur do novo santo. O Pátio do Colégio, antigo Colégio de Piratininga, foi criado por Anchieta e pelo padre Manoel da Nóbrega em 25 de janeiro de 1554, data que marca a fundação da cidade de São Paulo. Tanto na Sé como no Pátio do Colégio, será descerrado um painel de sete metros com estampa de Anchieta.
Em comunicado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também confirmou que no dia 4 de maio, durante a 52ª Assembleia Geral da entidade, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada missa em ação de graças pela canonização do beato.

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