quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

EUCARISTIA: SACRIFÍCIO E SACRAMENTO

  Nosso Senhor Jesus Cristo, na Última Ceia, ao instituir a Eucaristia, transubstanciou o pão em seu Corpo e o vinho em seu Sangue, um separado do outro, e ofereceu ali o mesmo sacrifício que realizaria na Cruz, onde o seu Sangue foi separado do seu Corpo, derramado por nós, em remissão dos pecados. Depois de ter-Se imolado na Santa Ceia, Ele se deu a Si mesmo aos Apóstolos ao levá-los a participar da consumação do seu Corpo e do seu Sangue. A Eucaristia é, assim, ao mesmo tempo, sacrifício e sacramento.
 
EUCARISTIA ENQUANTO SACRIFÍCIO (*1)
 
Enquanto sacrifício a Eucaristia é o Sacrifício da Missa, o sacrifício da Nova Lei no qual Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo ministério do sacerdote, se oferece a Si mesmo a Deus, de maneira incruenta, sob as aparências do pão e do vinho. (*2)
 
EUCARISTIA ENQUANTO SACRAMENTO
 
Enquanto sacramento a Eucaristia é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo (*3), que é dado àqueles que O querem, e podem, receber como alimento espiritual. (*4)
 
 
 
  SACRIFÍCIO É FAZER O SAGRADO.
 
 
A religião é um culto que nos liga a Deus por um perfeito sujeitamento de nós mesmos ao Ser supremo, e que nos faz relacionar à Sua glória tudo o que nós somos e tudo o que nós fazemos; e a religião nos faz cumprir, de modo particular, este dever indispensável pelo sacrifício, que é uma oblação feita a Deus para reconhecer seu soberano domínio sobre tudo o que foi criado.(*5)
 
O sacrifício é, portanto, a expressão privilegiada da virtude da religião e, segundo a etimologia da palavra, sacrifício consiste em fazer o sagrado (sacrum facere), diz-nos São Tomás de Aquino, isto é, separar para Deus.(*6)
 
Os homens sempre foram inspirados, pelas luzes da razão natural, a considerar o sacrifício como o primeiro de todos os atos essenciais à religião.(*7)

De fato, desde a origem da humanidade, vemos o homem oferecer a Deus sacrifícios e exprimir desse modo sua religião. Mesmo depois do pecado original, permaneceu no homem a consciência de um dever: o de render culto ao Senhor. Tão universal era essa voz interior que não houve um tempo, remoto que fosse, ou região por demais longínqua, em que não se prestasse um culto e não se oferecesse um sacrifício a Deus.

Assim, Caim e Abel ofereceram a Deus frutos da terra e animais (*8) e Noé saindo da arca levantou um altar, tomou de todos os animais puros e os ofereceu ao Senhor em holocausto sobre aquele altar. (*9)
 
O sacrifício exterior consiste, pois, em oferecer a Deus uma coisa sensível e exterior para ser destruída ou para que sofra uma mudança qualquer, o que é feito por quatro razões que são os quatro fins do sacrifício:
 

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