domingo, 3 de abril de 2011

A Origem da Irmandade de Santa Rita no Brasil

  IGREJA DE SANTA RITA - UM POUCO DA HISTÓRIA
          
          A igreja de Santa Rita, fundada sob o título de Menino Deus, Santa Rita e Santa Quitéria pelos "homens pardos libertos do distrito", data de 30 de junho de 1722, sendo Vigário na época o padre Manoel Vaz Cordeiro.
          Esta igreja, com sua respectiva Irmandade, cuja construção foi iniciada na mesma década da igreja de São Benedito, reunia as cores pardas de Paraty " tanto na vida quanto na morte": em vida, nas cerimônias religiosas; na morte, pelo direito de se enterrar no cemitério da Irmandade, em forma de catacumbas, existente até hoje ao lado da igreja.
          A criação dessas irmandades no Brasil visava acentuar ainda mais a diferença entre negros e mulatos, criando também uma subordinação aos brancos. Assim foi com a igreja de São Benedito, construída por negros, que a igreja não permitiu que o santo negro fosse o orago principal; a própria igreja católica sempre alegou que São Benedito era "afilhado" de Nossa Senhora do Rosário – razão pela qual a igreja em Paraty, como no resto do país, desde o início da colonização, tem por denominação primeiro o santo branco, depois o negro.
          Em termos de arquitetura religiosa, a igreja de Santa Rita, construída num largo defronte à baía de Paraty, sendo avistada ao longe por quem se aproxima do cais da cidade, constitui o mais belo exemplo de barroco no município. O trabalho de madeira nas portas, de ferro nas sacadas do coro, o apuro na cantaria, a talha dos altares laterais, enfim, em tudo ela é a mais valiosa de todas. Não foi à toa que esta igreja acabou se tornando o cartão postal da cidade.
          Assim como o próprio templo, a Irmandade de Santa Rita era rica em objetos de prata, ornamentos, alfaias, apólices e "mais pertences" – conforme se verifica no Livro de Inventário da Venerável Irmandade da Gloriosa Santa Rita, datado de 10 de abril de 1911.
          Na mesma igreja funcionaram as Irmandades de N.S do Carmo e de N.S. da Conceição, que ali realizavam suas festas. Isso não mais acontece hoje em dia.
          A festa em louvor de Santa Rita, que costumava se realizar numa data fixa, 22 de maio, foi transferida para não coincidir com a festa do Divino, que é móvel. O adiamento da festa de Santa Rita mais uma vez evidencia a subordinação da Padroeira das Cores Pardas de Paraty à tradicional festa da burguesia branca da cidade, o Divino.
          Essa divisão de indivíduos funcionava em todo o Brasil, enquanto que a Igreja Católica, pelo seu ecumenismo, não aceitava uma divisão baseada na cor da pele, considerando "todos os homens como filhos de um mesmo Pai".   Assim, a matriz de N.S. dos Remédios, era da burguesia branca; a igreja de N.S. do Rosário, dos escravos; a de Santa  Rita acolhia os pardos libertos e a capelinha de N.S.das Dores era freqüentada pela elite local.  Em Paraty, como no resto do país.
          Hoje em dia, as festas religiosas de Paraty – como a de Santa Rita – se realizam sem discriminação, mas sempre com novenário, missas, procissões, leilões, barraquinhas de comes e bebes e shows musicais, constituindo-se sempre em motivo de reunião dos moradores da zona rural e do centro urbano. Esse aspecto de integração entre as comunidades é muito comum em todas as festas do município de Paraty.

Fonte:igrejaparati

Nota do Blog: A Irmandade de Santa Rita em Jardim de Piranhas teve o auxílio da primeira Irmandade fundada no Brasil no caso esta de Paraty-RJ, na época em que a de Jardim estava sendo fundada o padre alegava junto a pessoas de má fé que a referida Irmandade não existia no mundo, Francisco então descobriu a existência de Irmandade no Rio de Janeiro e enviou email solicitando a documentação que provava a sua existência, lembro-me na época que a capela de Santa Rita foi ameaçada até de ser fechada para sempre pelo padre e os fiés expulsos, graças a rápida ação de Francisco e alguns poucos devotos que não baixaram a cabeça diante da atitude do padre, o documento enviado pelo Sr Júlio César Diretor do Centro Histórico de Paraty fez com que a igreja de Jardim reconhecesse ao lado da Diocese a Existência da Irmandade e assim a capela pode continuar aberta e as pessoas pertencentes a Irmandade pulderam continuar zelando e difundindo a fé em nosso município, após a luta vencida poucas foram as pessoas que ficaram na luta pela Irmandade e pela Capela, lembro-me que o grupo tinha mais de 70 membros mas depois deste fato que as pessoas foram desiludidas pelo próprio vigário onde le disse que elas estavam correndo o risco de seguirem uma coisa que não existia, as pessoas se afastaram e foi muito difício reanimar o rebanho e continuar a luta, nestes 10 anos é preciso relembrar fatos de nossa história para não se correr o risco de pensar que tudo foi flores, mas o importante é que a devoção cresceu e a Festa de Santa Rita hoje já é a 2ª maior da cidade. 

VIVA A SANTA RITA

Um comentário:

  1. Ficaria muito honrado se vocês incluíssem meu blog em seus favoritos. O endereço é alcimar-araujo.blogspot.com. Obrigado e continue firme!

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