Os
115 cardeais eleitores entram hoje na capela Sistina, no Vaticano, para
escolherem o papa sucessor de Bento XVI, que renunciou a 28 de
Fevereiro. O conclave é uma reunião secreta dos cardeais de todo o
mundo encarregados de eleger o papa. O limite de idade para os eleitores
do papa foi fixado em 80 anos, em 1970, por Paulo VI.
O grupo de
115 cardeais eleitores está assim distribuído geograficamente: Europa -
60, América Latina - 19, América do Norte - 14, África -11, Ásia - 10 e
um da Oceânia.
O patriarca de Lisboa, José Policarpo, será o
32.º cardeal a votar no conclave, segundo a "ordem de precedência",
disposição utilizada em procissões, votação e juramentos relacionados
com o período de "Sé vacante" [período entre a morte/renúncia e eleição
de um papa], de acordo com a agência Ecclesia.
O cardeal Manuel
Monteiro de Castro ocupa o 104.º lugar nesta lista. O outro cardeal
português, José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as
Causas dos Santos, não participa no conclave por ter mais de 80 anos.
Os
lugares do conclave serão fechados por dentro (responsabilidade do
cardeal camerlengo), e por fora (responsabilidade do substituto da
Secretaria de Estado, o arcebispo Giovanni Angelo Becciu). Todas as
pessoas que participam no conclave, ou que estejam relacionadas com
tarefas logísticas, que impliquem acesso aos cardeais ou aos locais da
reunião, estão obrigadas a manter segredo.
A duração não é
definida antecipadamente e a eleição é feita com a deposição dos
boletins num cálice. Durante a manhã realizam-se duas votações e durante
a tarde outras duas. Depois de cada escrutínio, os boletins são
queimados.
As votações decorrem até que um nome obtenha uma maioria de dois terços.
Se o resultado for inconclusivo, juntam-se produtos químicos aos boletins que serão queimados para que produzam fumo negro.
Se
um novo papa for escolhido serão queimados unicamente os boletins,
produzindo um fumo branco, que anuncia a eleição. Nesse momento, o
grande sino da basílica de São Pedro tocará a repique.
Uma vez
escolhido, o eleito responde a duas questões do decano dos cardeais:
"aceita a eleição canónica como soberano pontífice? qual o nome
escolhido?". Se responder "sim" à primeira questão, o eleito torna-se
imediatamente papa e bispo de Roma. Estes são os dois últimos atos
formais do conclave.
O novo papa entrará depois numa sala
adjacente à capela Sistina, denominada "sala das lágrimas" porque vários
papas aí deram largas à emoção perante a tarefa que lhes era confiada, e
envergará uma das três sotainas brancas, de diferentes tamanhos,
preparadas pelo alfaiate escolhido pelo Vaticano.
Um a um, os
cardeais prestam homenagem ao novo papa, antes do anúncio aos fiéis, com
a fórmula "Habemus Papam" ("temos papa", em latim), que será
pronunciada pelo "protodiácono" (o cardeal mais antigo no cargo),
atualmente o francês Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho
Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.
O novo papa profere
depois a bênção apostólica "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), a
partir da varanda da basílica de São Pedro.
A espectativa é que após as 15:00hs horário de Brasília possa surgir o "Abemos Papa!", as nossas oraçõs do Santuário das Rosas de Santa Rita, uma celulazinha da igreja Católica no mundo.
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