domingo, 29 de maio de 2011

Grupo de Jovens Nova Geração de Jardim de Piranhas-RN, Visita o Monte de Nossa Senhora das Graças em Florânia -RN, conheça a história deste marailhoso lugar!

O município de Florânia, a 244 quilômetros de Natal, possui um local religioso que atrai muitas pessoas durante os finais de semana e inícios de mês. É o Monte das Graças, lugar tranqüilo que abriga o Santuário de Nossa Senhora das Graças. O local guarda na sua história lendas que até hoje permanecem vivas e incorporadas à própria trajetória da cidade.

Localizado a cerca de 2 quilômetros de Florânia, o monte apresenta-se aos romeiros através de uma subida ornada com paradas que representam as 15 estações de Cristo. O detalhe fica por conta dos azulejos colocados nessas paradas. Neles pode-se acompanhar através de pinturas, o caminho que Cristo percorreu quando foi crucificado. Para os que vão ao local cumprir penitência, as estações, mostrando um exemplo maior, servem como incentivo para prosseguir.

Após a longa subida, os visitantes deparam-se no alto do monte com o santuário. Ele é formado por uma capela, uma praça de oração, uma casa de votos e um centro de estudos batizado com o nome de Centro de Estudos Linguagem e Reflexão Dom Heitor Araújo Sales.

Na frente da capela - bastante simples - três estátuas permanecem como que protegendo Florânia: padre Cícero, padre Ibiapina e Frei Damião. Na praça de oração outras estátuas em estilo rústico representam Jesus Cristo (de braços abertos e voltado para a cidade) e as três crianças que, na Itália, tiveram a visão de Nossa Senhora de Fátima.

A sala de votos fica localizada ao lado da capela e guarda consigo mistérios que remontam a própria história do local. Lá, próteses, pequenas esculturas de madeira representando mãos e pernas, bonecas, imagens e fotografias recontam a tradição nordestina de deixar representações de seus males para poder obter a cura. Esses objetos deixam no ar a curiosidade em saber quais suas histórias; e se as graças pedidas foram alcançadas. Há também nessa sala uma imagem do Frei Damião e da "Santa Menina", figura religiosa que é o centro de uma das histórias mais interessantes sobre o local.

Além disso, há a vista propiciada pelo local e o clima ameno que abranda mesmo a alta temperatura do Seridó. Esses dois fatores, somados ao sentimento de religiosidade que cerca o santuário, causam em qualquer um, até nos menos religiosos, uma agradável sensação de tranqüilidade e também uma vontade de lá permanecer o maior tempo possível.

Porteiro retrata a religiosidade do povo

O sentimento de religiosidade e a vontade de permanecer no Santuário são comprovados pelo porteiro do local, o agricultor Raimundo Rodrigues da Silva, 75. De acordo com ele as pessoas que visitam a região logo se afeiçoam. "Eu via sim que o povo que ia aí não tinha mais vontade de sair", contou.

Há cerca de quatro anos Raimundo trabalha no local. Desde então, ele ficou responsável por abrir o santuário às 5h e fechá-lo às 17h30. Quem colocou Raimundo nessa função foi o padre José Dantas Cortez, recentemente falecido. Esse sacerdote, conforme Raimundo, foi o responsável pelo maior desenvolvimento do santuário, que antes contava apenas com um cruzeiro e a capela. "Nós não vamos ver outro padre bom como esse", ressaltou o agricultor.

Além disso, ele também já foi atendido em algumas promessas que fez. Recentemente, por exemplo, Raimundo vinha sofrendo de uma dor na perna que o impedia de subir o monte nos dias em que missas eram celebradas. Ele resolveu então fazer uma promessa para a "Santa Menina", entidade que considera mais "valida" que Nossa Senhora das Graças. "Se eu ficasse bom da perna, assistiria à missa do 1o domingo do mês. A pé", contou. Atualmente, o agricultor já se considera atendido. "Eu acho que já estou bem melhor", concluiu.

Severino Cristo Rei conta histórias do local  Rogério Vital

Além de ser um local muito agradável, uma história do Monte das Graças chama a atenção. Quem a esclareceu foi um dos moradores mais antigos da cidade, o aposentado Severino Cosme de Almeida, 90, que também é conhecido como "Severino Cristo Rei".

Ele contou que apesar do monte ter o nome dedicado à Nossa Senhora das Graças, a figura que tornou o local ponto de visitação religiosa foi "Santa Ana Menina". Segundo Severino, por volta de 1620, quando os primeiros colonizadores já estavam instalados em Florânia, uma menina de nome Ana, se perdeu na mata. Três dias depois, um caçador conseguiu encontrá-la. Ela estava de joelhos, rezando e pedindo ajuda. Apesar do resgate, Ana não resistiu e acabou falecendo. De acordo com "Cristo Rei" ela foi enterrada onde hoje há o santuário.

Passados 135 anos, conforme contou, o corpo da garota foi reencontrado completamente conservado e parcialmente fora da sepultura, na mesma posição que estava quando o caçador a resgatou.

O mais incrível da história é que dessa vez "Santa Ana Menina" foi achada por um frade italiano que sonhou com ela três vezes e veio da Itália para verificar se o sonho era ou não realidade.

O corpo foi levado para aquele país. Para lembrar o ocorrido, foi enviada à cidade uma imagem da menina. Imagem essa que hoje é mantida na sala de votos do Santuário. No período em que a cidade esperava a imagem de Santa Ana, a capela foi utilizada para devotar em nome de Nossa Senhora das Graças. Daí seu nome em homenagem à Santa e não à menina.

Severino contou também que no local imagens e luzes são vistas, e sons estranhos são ouvidos. "De uma hora para a outra eu a vejo", disse Cristo Rei em relação à "Santa Menina". E completou garantindo: "quando eu conto uma história pode ir atrás. Porque eu não gosto de mentira".

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