quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Santa Rita e o seu sofrimento... esta imagem pintada da Santa retrata as vezes que apanhava de seu marido com um sinto de couro e um pedaço de madeira. Santa Rita morreu com 76 anos em 22 de maio de 1457 no convento das Agostinianas em Cássia na Itália.



     Sua vida começou em tempo de guerras, terremotos, conquistas e rebeliões. Países invadiam a países, cidades atacavam as cidades vizinhas, vizinhos lutavam com os vizinhos, irmão contra irmão. Os problemas do mundo pareciam maiores que a política e os governos para serem resolvidos. Nascida de devotos pais, Antonio Mancini e Amata Ferri aos que se conheciam como os “Pacificadores de Jesus Cristo”, pois os chamavam para apaziguar brigas entre vizinhos.
Eles não necessitavam de discursos poderosos nem discussões diplomáticas, somente necessitavam o Santo Nome de Jesus. Sabiam que somente assim se podem apaziguar as almas. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos), nem por isso deixavam de confiar em Deus e foi assim Deus atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.
Ela queria ser religiosa durante toda sua vida, mas seus pais, Antônio e Amata, avançados em idade, escolheram para ela um esposo, Paolo Ferdinando, o que não foi uma decisão muito sabia. Mas Rita obedeceu. Quis Deus assim dar-nos nela o exemplo de uma admirável esposa, cheia de virtude, ainda nas mais difíceis circunstâncias. Depois de Matrimônio, seu esposo demonstrou ser bebedor, mulherengo e abusador. Quanto padeceu ela no longo período de 18 anos que viveu com seu esposo! Não têm conta as vezes que bebeu o cálice da amargura até a última gota; incontáveis os atos de paciência e resignação que praticou as lágrimas ardentes que derramou… Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.
Depois de vinte anos de Matrimônio e oração por parte de Rita, o esposo se converteu, lhe pediu perdão e lhe prometeu mudar sua forma de ser. Rita perdoa e ele deixa sua antiga vida de pecado e passava o tempo com Rita nos caminhos de Deus. Isto não durou muito, porque enquanto seu esposo havia se reformado, não foi assim com seus antigos amigos e inimigos. Uma noite Paolo não chegou em casa. Antes de sua conversão isto não teria sido estranho, mas no Paolo reformado isto não era normal. Rita sabia que algo havia ocorrido. No dia seguinte, o encontraram assassinado. Sua pena foi aumentada quando seus dois filhos, que eram maiores, juraram vingar a morte de seu pai. As súplicas não conseguiram dissuadi-los. Foi então que Santa Rita, compreendeu que, mais vale salvar a alma que viver muito tempo, rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus dos filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. O Senhor respondeu a suas orações… Os dois padeceram de uma enfermidade fatal. Durante o tempo de enfermidade, a mãe lhes falou docemente de amor e do perdão. Antes de morrer conseguiram perdoar aos assassinos de seu pai. Rita esteve convencida de que eles estavam com seu pai no céu.
Ao estar sozinha não se deixa vencer pela tristeza e pelo sofrimento. Santa Rita quis entrar no Convento com as irmãs Agostinianas, mas não era fácil conseguir. Não queriam uma mulher que havia estado casada. A morte violenta de seu esposo deixou uma sombra de dúvida. Ela se voltou de novo a Jesus em oração. Ocorreu então um milagre. Uma noite, enquanto Rita dormia profundamente, ouviu que a chamavam: Rita, Rita, Rita! Isto ocorreu três vezes, a terceira vez Rita abriu a porta e ali estavam Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista de qual ela havia sido devota desde muito menina. Eles lhe pediram que os seguissem. Depois de correr pelas ruas de Roccaporena; No pico de Scoglio, onde Rita sempre ia orar sentiu que a levantaram no ar e a empurravam suavemente. Encontrou-se acima do Monastério de Santa Maria Madalena em Cássia. Então caiu em êxtase. Quando saiu do êxtase se encontrou dentro do monastério embora todas as portas estivessem trancadas, ante aquele milagre as monjas Agostinianas não puderam negar-lhe entrada. Finalmente aceita na ordem, consta que ali teria plantado uma roseira (ainda existente), que todos os anos dá flores em pleno inverno. É admitida e faz a profissão esse mesmo ano de 1417, e ali passa 40 anos de consagração a Deus.
Santa Rita percorreu o caminho da perfeição, a via purgativa, a iluminativa e unitiva. Conheceu o sofrimento e em tudo cresceu em caridade e confiança em Deus. O crucifixo é seu melhor Mestre. “Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação; com toda minha alma vos peço perdão de todas as negligências e descuidos. Reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos que tenhais piedade das minhas fragilidades. Perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina…” Cessou de falar e cerrou os olhos como se estivesse dormindo… E acordou no céu entre os anjos e santos. No convento só se ouviam os soluços das freiras, mas o sino começou a tocar sozinho, anunciando a sua partida deste mundo. Era o dia 22 de maio de 1457 e contava a santa 76 anos de idade.

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