IV. A nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e meditar atentamente a Carta apostólica Porta fidei do Santo Padre Bento XVI.
2. O Ano da Fé "será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia"31.
Na Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da
Igreja é proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são
convidados a participar dela conscientemente, ativamente e
frutuosamente, a fim de serem testemunhas autênticas do Senhor.
3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica,
tirando daí fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a
preparação aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé
ou sobre alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo "o
encontro com Cristo", "os conteúdos fundamentais do Credo", "a fé e a Igreja"32.
4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do Catecismo da Igreja Católica e
guiar, sob a responsabilidade dos respectivos párocos, grupos de fiéis à
leitura e ao aprofundimento deste precioso instrumento, a fim de criar
pequenas comunidades de fé e de testemunho do Senhor Jesus.
5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na distribuição do Catecismo da Igreja Católica
ou de outros subsídios adequados às famílias, que são autênticas
igrejas domésticas e primeiro lugar da transmissão da fé, como por
exemplo no contexto das bênçãos das casas, dos Batismos dos adultos, das
Crismas, dos Matrimônios. Isto poderá contribuir para a confissão e
aprofundimento da doutrina católica "nas nossas casas e no meio das
nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de
conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre"33.
6.
Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas
paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o
dom da fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na
consciência de que a vocação cristã "é também, por sua própria natureza,
vocação ao apostolado"34.
7.
Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das
Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova
evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela
contribuição dos próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã
doutrina.
8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé
dedicarão uma intenção de oração especial para a renovação da fé no
Povo de Deus e para um novo impulso na sua transmissão às jovens
gerações.
9.
As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem
promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do
próprio carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas
no grande evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os
Movimentos eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os
modos mais adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço
da Igreja.
10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a própria experiência de fé e de caridade35
dialogando com os seus irmãos e irmãs, também com os das outras
confissões cristãs, com os seguidores de outras religiões e com aqueles
que não crêem ou são indiferentes. Deste modo se deseja que todo o povo
cristão comece uma espécie de missão endereçada aqueles com os quais
vive e trabalha, com consciência de ter recebido "a mensagem da salvação
para a comunicar a todos"36.
Conclusão
A
fé "é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre
novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os
sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a
tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo"37.
A fé é um ato pessoal e ao mesmo tempo comunitário: é um dom de Deus
que deve ser vivenciado na grande comunhão da Igreja e deve ser
comunicado ao mundo. Cada iniciativa para o Ano da Fé quer
favorecer a alegre redescoberta e o testemunho renovado da fé. As
indicações aqui oferecidas têm o fim de convidar todos os membros da
Igreja ao empenho a fim de que este Ano seja a ocasião
privilegiada para partilhar aquilo que o cristão tem de mais caro:
Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, "autor e consumador da
fé" (Heb 12, 2).
Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor.
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